Até quando o racismo ficará impune no mundo esportivo?

Por Gabriella Leal                                                                    
O racismo é algo ultrapassado mas que infelizmente diversas pessoas insistem em praticar. A vítima da vez, foi o atacante belga do Borussia Dortmund, Batshuayi que na partida da última quinta-feira (22) pela Liga Europa escutou torcedores italianos imitando "sons de macacos".

 Ao final da partida, o jogador denunciou pelo twitter as ofensas. O presidente do Atalanta, time no qual o Borussia disputou a partida, Antônio Percassí, pediu desculpas ao jogador: "Vou ser sincero e dizer que não escutei isto, mas se ocorreu, me deixa muito triste e tenho que me desculpar com Batshuayi. Isto jamais deveria acontecer". 



No futebol brasileiro temos casos marcantes como o do Daniel Alves, em 2014 em uma partida entre Barcelona e Villarreal no estádio "El Madrigal", torcedores do time adversário jogaram bananas no jogador, e ele em um ato superior pegou a fruta e comeu. Gerando a corrente "#somostodosmacacos" onde companheiros como Neymar  aderiram a causa.

 Atitudes como essas são cada vez mais constantes no meio esportivo, ato que envergonha dirigentes e diretores e que é inaceitável.

Outro caso foi o do goleiro Aranha, que também em 2014 foi chamado de "macaco" por vários torcedores do Grêmio, o clube foi punido com a exclusão da copa do Brasil. No ano seguinte o atleta voltou a sofrer agressões, dessa vez foi por meio do Santos, time que o próprio jogador defendia. O problema vai além da rivalidade dos times, o desrespeito e a vontade de desestabilizar o jogador é maior. Por isso a importância de contra- atacar, seja denunciando ou montando campanhas, a fim de intimidar os agressores. O racismo é crime, previsto na lei 7.716, qualquer discriminação de raça ou cor tem que ser denunciada.

Saindo dos campos e entrando no tatame, em 2012 na Olimpíada de Londres a judoca Rafaela Silva sofreu agressões, depois de ser eliminada por ter aplicado um golpe irregular, enquanto competia. As ofensas abalaram o emocional da atleta, que quase desistiu do esporte. Mesmo dando a volta por cima, e conquistando o primeiro ouro para o Brasil. No dia 22 desse mês ela julga ter sido discriminada, em uma abordagem feita pela Polícia Militar no Rio de Janeiro. Além de levantar a bandeira contra o racismo, ela é a favor da comunidade  LGBT.

É triste ver que muitas pessoas ainda pensam que a cor torna um indivíduo inferior a outro. É ainda mais inadmissível querer ofender alguém usando deste argumento. Até por que muitos não sabem, mas o brasileiro é oriundo de uma mistura de raças, incluindo indígenas e escravos. Então o negro, o pardo também fazem parte da sua construção familiar. A cor é só um detalhe, o seu caráter é o que importa, e este vai ser definido no decorrer da sua formação como cidadão.

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