NÁUTICO SEM ACESSO, SANTA SEM TÍTULO: 12 anos da Batalha dos Aflitos

Por Alexandre Carlos

Para o Náutico tudo foi ao contrário: dois pênaltis perdidos e a decepção da torcida alvirrubra nos Aflitos. Tudo prevaleceu para o Grêmio-RS -, que conseguiu acesso de volta à Série A e o título da segunda divisão de 2005. O jogo foi marcado por confusão dentro de campo, jogadores expulsos, coração na mão, atenções nas arquibancadas e resultado inesperado pela torcida alvirrubra.

BASTIDORES E BOLA ROLANDO

Arapuca montada pelo o Náutico contra o Grêmio. Isso porque os vestiários estavam com o mau cheiro de tinta aonde os jogadores do Grêmio estavam. Segunda investida: tentaram subir para aquecer no campo e os policiais não deixaram. Sem êxito. Aí foram empurrões para cá e pra lá. Criou-se um grande tumulto, uma verdadeira batalha. Mas quem pintou o sete foi o tricolor gaúcho, numa moldura inspirada naquela luz do final do túnel para o tricolor gaúcho.

Árbitragem: Djalma Beltrami, o árbitro que apitou a partida.

CONFUSÃO

Após Beltrami marcar o segundo pênalti, houve confusão entre jogadores do time gaúcho por achar que lance era duvidoso. Por causa da confusão, foram 25 minutos sem a bolar rolar. O Náutico, pela segunda vez, estava com a chance de abrir o marcador. Era o acesso em jogo! Aí o "juizão" disse que se saísse o gol, iria acabar o jogo. Ele falou que não beneficiaria o Grêmio, que fez aquela confusão toda. Fim da linha, o Náutico desperdiçou a cobrança.



DEDO AMIGO

Antes disso o fotógrafo dedurou o pênalti de Ademar, onde ele iria chutar a bola diante do gol. O maior ídolo do Náutico, Kuki, não quis bater nenhum dos pênaltis assinalados pela arbitragem, pois a torcida se perguntava: "Por que Kuki não quis cobrar um dos pênaltis?" Será que ele correu da responsabilidade?  "Não sei, só sei que foi assim".

E o Santa Cruz o que tem haver com essa história?

Um pouco de tudo. Pernambuco ficou divido entre tricolores e alvirrubros na luta pelo o acesso, pois o troféu de "campeão" poderia ter ficado em nosso estado, dependendo da soma dos resultados entre Náutico x Grêmio e Santa Cruz x Portuguesa-SP. Na época, a Série B era disputada na fase de pontos corridos e depois mata-mata, entretanto, subia para Série A o campeão e vice.

ARRUDA

O Santa Cruz era empurrado por mais de 60 mil vozes. Logo de início, o árbitro Éber Roberto Lopez marcou pênalti a favor da Portuguesa-SP. Cleber abriu o marcador. 1 a 0. Em seguida, outro contra-ataque perigoso do time paulista, mas o zagueiro do Santa Cruz salvou em cima da linha. Ufa! Haja coração, torcedor! Minutos se passavam, o calor forte na capital pernambucana esquentava o jogo e na apreensão a torcida tricolor.

O CHUTE QUE VIROU PASSE

Carlinhos Bala, jogador rápido e de chute perigoso, arrancou do lado direito, nessa tentava, ele tentou chutar forte no gol, contudo virou um passe açucarado para Reinaldo, que acertou um chute no canto direito do goleiro Gléguer. É o empate tricolor. As estruturas do "O mundão do Arruda" tremem de emoção!

NAS ONDAS DO RÁDIO!

"O artilheiro nunca morre!" Era Isso que dizia o narrador Aroldo Costa, da Rádio Jornal (Recife), após o empate da cobra coral. Dois minutos depois, Aroldo quase perde a voz com o segundo gol do "Santinha". “Reinaldo! Reinaldo!”

VIRA, VIRA!

Isso mesmo, ele nunca morre! A bola vem do lado esquerdo, o magro Rosembrick faz pílulas e dribles de um lado e por outro, cruza na medida para Reinaldo subir, acertar a cabeçada e colocar no lado esquerdo do goleiro Gléguer.

ETAPA FINAL

No segundo tempo, o Santa jogava no contra-ataque, a Portuguesa tentava, enfim, o placar ficou favorável ao time do Arruda: 2 a 1. Éber Roberto Lopez apita o fim do jogo. Santa de volta à Série A e o grito de "Ão, ão primeira divisão! É campeão! É campeão!" Se espalhavam dentro do Arruda. A torcida deu de presente aos jogadores um troféu simbolizando o título da segundona. Jogadores davam volta olímpica no Arruda, onde festejavam o acesso e o título inédito da Série B, mas...

AFLITOS

Agora as atenções estavam voltadas para os Aflitos. Eram minutos finais e o título do Santa Cruz estava nas mãos do seu rival - o Clube Náutico Capibaribe. O timbu já tinha desperdiçado dois pênaltis, com dez jogadores em campo.... o Grêmio com sete, haja coração!

O GOL

Após cobrança de lateral, o sonho do título do Santa e acesso do Náutico chegaram ao fim. Anderson recebeu a bola, saiu driblando da intermediária e abriu o placar. O Aflitos ficou em silêncio! Grêmio 1 a 0.

FIM DE JOGO

Após o apito final do árbitro, alguns jogadores do Grêmio desabaram no chão, outros se abraçaram. O resultado, levou o time gaúcho para um feito histórico no futebol brasileiro: vencer uma partida com sete jogadores em campo, votar à primeira divisão e o título de campeão Brasileiro da Série B. 

DECEPÇÃO

Para o Náutico, só restou lamentar e sem entender o que aconteceu naquela tarde de sábado. Para o Santa, só ficou o gostinho de ser "campeão" por alguns minutos da Série B.



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